Dicas para a prova de Língua Portuguesa e redação – Enem

Os alunos de hoje, ao contrário de antigamente, são mais questionadores, críticos e a sua forma de pensar é diferente, tudo em virtude da mudança de pensamento que vem sendo aplicado dentro da sala de aula e suas complexidades.
No passado aluno que se saia bem nas provas era aquele que decorava todo o conteúdo, hoje essa realidade mudou e este mesmo aluno é o questionador, o que sabe pensar e entende bem o que se diz nas “entrelinhas” de um texto.

É com esta visão que o Enem Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) vem trabalhando, ou seja, não está em busca de alunos com receitas prontas, mas daqueles que têm capacidade de interpretação e que saibam aplicar os seus conhecimentos em situações diversas do cotidiano.

Hoje, para que você realize uma boa prova é necessário muita leitura, mas quando falamos em leitura, me refiro a tudo, até mesmo àquelas no qual você não gosta. Sim, ela pode ser cobrada na sua prova.

Leia diferentes gêneros textuais, compare informações, analise todo o contexto, faça inferências e lembre-se, tudo o que está contido no texto é muito importante.

Lembra-se da aula de gêneros textuais? Então, como exemplos destes gêneros têm as charges, jornais, carta ao leitor, jaculatórias, bulas, propagandas, novelas, lista de compras, reunião de condomínio, entre outras.

Quando se faz a leitura de qualquer gênero ou tipo de texto você deve ficar atento quando a linguagem utilizada, se ela segue a norma culta, ou coloquial, se faz uso de ternos denotativos, conotativos, tudo isto pode interferir no entendimento deste texto. Não podemos esquecer que a tipologia textual diz respeito à forma como um determinado texto é apresentado. O aspecto tipológico de um texto diz respeito ao propósito com o qual o texto foi escrito.

Ler não é só visualizar as palavras, mas interpretar. Muitas vezes o uso inadequado de uma palavra pode mudar totalmente o sentido de uma frase, como também a utilização inadequada da pontuação, como a sua falta também.

Veja o diálogo abaixo:
Mãe, vamos sair hoje?
Não vou ao cinema.

A resposta dada pela mãe na primeira vista foi que ela poderá sair, mas que não deseja ir ao cinema.

Mas se colocarmos nesta frase uma vírgula. Veja:
Não, vou ao cinema.

Desta forma já ficou mais clara a sua compreensão, ou seja, a falta de pontuação dentro de um período é muito importante. Este também é um ponto que deve ser analisado em uma leitura.

Para que você desenvolva uma boa leitura é necessário analisar as informações, os argumentos, contra-argumentos e, em seguida, questionar.

Ao assistir um jornal, no canal “X”, por exemplo, você ouvirá a opinião daquela determinada emissora. Ao mudar de canal você assistirá a mesma notícia na emissora “Y”, mas com outra opinião. Aí você pode se perguntar: qual é mais correta? Nessa hora você deverá fazer uso de suas habilidades e tira as suas próprias conclusões sobre opiniões divergentes. Lembrando que você deverá analisar todo o contexto, observar as entrelinhas, para que não deixe escapar nenhuma informação valiosa e se necessário for, busque mais embasamento.

Esta análise entre os textos, no qual os pontos de vista podem ser confrontados são de suma importância para a prática da interpretação. Lembrando que todo texto tem um assunto principal e identificá-lo é muito importante, principalmente na prova de redação, que sempre vem acompanhada de textos complementares.

Em relação à gramática, houve uma grande evolução no conteúdo que era exigido, no qual bastava decorar regras para ser ter boa nota. Hoje, o cenário é totalmente diferente, com questões contextualizadas, que fazem com que o aluno reflita sobre vários assuntos.

Vou citar um uma questão que caiu na prova do ENEM no ano de 2013.

Este é um típico texto no qual o aluno deverá ler nas entrelinhas, pois aborda não só a língua portuguesa, mas também atualidade.

É texto que faz uso da mensagem denotada (imagem), mensagem conotada (simbólica) e mensagem linguística (verbal), mas ao mesmo tempo aborda outro tema que é o aquecimento global. É isso que as bancas querem, um ser pensante, capaz de dominar diversos assuntos dentro de uma única questão.

Outro ponto importante é saber diferenciar a língua falada da escrita. A língua é um instrumento de aproximação entre os indivíduos, por isso, faz-se necessário o seu conhecimento. Por exemplo, eu não posso conversar com o meu chefe da mesma forma que converso com um colega, pois a linguagem utilizada é totalmente diferente. Quando se tem intimidade fazemos uso da fala coloquial.

Quando estou em casa, por exemplo, falo desta forma com o meu irmão:
Murilo, me da um copo d’água.

Mais exemplos de fala coloquial:

                                                                         Imagem disponível na web

Mas se eu estiver em um ambiente de trabalho, esta mesma frase deverá ser reformulada. Veja:

Maria, por gentileza, poderia me dar um copo com água?

A forma utilizada para falar com o Murilo não está errada para o contexto.

Relação de irmãos, proximidade, intimidade, língua falada (fala coloquial).

Na língua falada não há preocupação quanto às regras gramaticais, podendo ser utilizado gírias, formas reduzidas, entre outras. Já a norma culta há maior preocupação quanto às normas gramaticais. “A língua coloquial, por ser descontraída, relaciona-se à fala (língua oral), enquanto a culta, à escrita”. Ou seja, ao escrever sempre faça uso da norma culta.

Agora vejam mais uma questão que caiu na prova do ENEM no ano de 2013.

Neste texto faz-se uso da linguagem coloquial. É permitido, sim, nestes casos, mas, por exemplo, se você estiver elaborando a sua redação não utilize, a menos que seja para fazer algum tipo de citação.

 Utilizar a norma culta na elaboração da sua redação não significa utilizar palavras difíceis, prefira uma linguagem mais simples;

 Lembrando que o uso de palavrões, jargões, gírias e coloquialismo são proibidos;

 Evite repetições desnecessárias, não “encha linguiça”, isto deixará o seu texto mais pobre. Não utilize abreviações, aquelas que nas mensagens de texto, sms, entre outras;

 Faça o uso correto das concordâncias verbal e nominal. Se o sujeito está no plural, o verbo também deverá estar! Ficou em dúvida? Leia a oração e identifique o sujeito, quem pratica a ação;

 Leia o seu texto e veja se é impossível organizá-lo melhor. Corrija os erros. Após realizar estes procedimentos se coloque no lugar de um leitor que não sabe nada sobre o assunto abordado em seu texto e se pergunte: Será que ele entenderia sobre o que estou escrevendo e o meu ponto de vista?

Referencias bibliográficas

BAZERMAN, Charles. Atos de fala, gêneros textuais e sistemas de atividades: como os textos organizam atividades e pessoas. In Dionísio, A. & Hoffnagel, J. (orgs.). Gêneros Textuais, tipificação e interação. São Paulo: Cortez, p. 19-46. 2005

BECHARA, Evanildo. As fases históricas da língua portuguesa: tentativa de proposta de nova periodização. Tese de concurso para professor titular de Língua Portuguesa da Universidade Federal Fluminense, 1985.
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Moderna gramática portuguesa. 37. Ed. Rio de Janeiro: Lucerna, 1999.

http://www.portugues.seed.pr.gov.br/arquivos/File/enem/enem_2013_port_redacao.pdf (acesso em 25/06/2015)

http://www.portugues.com.br/redacao/lingua-culta-coloquial.html (acesso em 25/06/2015)

Um forte abraço a todos e Vamos que Vamos!!!

Profª.: Patrícia Danielle